Jornal GGN – A queda do preço do petróleo e a publicação de resultados financeiros influenciaram o desempenho do mercado nacional, que acabou por acompanhar a desaceleração do setor externo. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações em queda de 4,87%, aos 38.596 pontos e com volume negociado de R$ 6,390 bilhões. O índice registrou sua maior queda percentual diária desde 8 de agosto de 2011, quando a Bovespa havia perdido 8,08%.
O receio dos investidores em relação à desaceleração da economia global foi renovado nessa terça-feira, com mais um dia de forte queda nos preços do petróleo. O contrato futuro do barril em Nova Iorque (WTI) para março fechou a US$ 29,88, queda de US$ 1,74 (5,50%). Em Londres (ICE), o petróleo Brent para abril caiu 4,44%, e fechou a US$ 32,72.
Ontem foi divulgado na China o PMI industrial (indicador antecedente) de janeiro, que recuou para 49,4, de 49,7 em dezembro, configurando o sexto mês de consecutivo de contração, e confirmando a desaceleração da economia chinesa, grande consumidora de commodities. “Os investidores temem a continuidade da desaceleração econômica e desvalorização do Yuan. Nesse ambiente de incertezas, o rendimento dos títulos públicos americanos e dos principais países europeus recuaram (movimento inversamente proporcional à variação do preço)”, pontua o BB Investimentos, em relatório assinado pelo analista Fabio Cesar Cardoso.
Assim como no pregão de ontem, o Ibovespa abriu em queda, acompanhando as bolsas na Europa e os futuros de índice em Nova Iorque, em movimento que foi intensificado com a confirmação da abertura em queda. Os papéis do banco Bradesco e da empresa de meios eletrônicos de pagamentos Cielo também influenciaram a queda da Bolsa, assim como as ações da Petrobras e da Vale.
Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) perderam 8,9%, a R$ 4,30, e os papéis ordinários (PETR3) tombaram 8,51%, a R$ 6,02. Tais ações voltaram a ser afetadas pela queda do preço do petróleo. Já as ações ordinárias da Vale (VALE3) fecharam com queda de 9,47%, a R$ 8,60, enquanto as preferenciais (VALE5) se desvalorizaram 9,38%, a R$ 6,57.
Já os papéis do Itaú Unibanco e da Cielo caíram após divulgação de balanço com resultados abaixo do esperado. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) –as mais negociadas da sessão– caíram 8,72%, a R$ 23,25. As da Cielo (CIEL3) recuaram 6,45%, a R$ 31,20.
No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta de 0,68%, a R$ 3,986 na venda, e interrompe uma sequência de três quedas. A cotação chegou a subir mais de 1% ao longo do dia e chegou a ultrapassar a marca de R$ 4, mas depois o ritmo foi perdendo força.
No Brasil, os investidores mostraram cautela com o fim do recesso parlamentar, a retomada do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a visita de representantes da agência de classificação de risco Moody’s ao Brasil – a agência colocou o grau de investimento do país em revisão para rebaixamento em dezembro, o que normalmente significa que uma ação pode ser tomada em um prazo de 90 dias.
No exterior, os preços do petróleo voltaram a cair, diante de uma chance menor de acordo para reduzir a produção global do produto. A queda do preço da commodity faz com que investidores evitem moedas relacionadas ao mercado de matérias-primas.
Para quarta-feira, os agentes aguardam a publicação do PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) composto e de serviços, e o índice de confiança do consumidor no Japão; PMI do setor de serviços e composto na França e na Alemanha; vendas do varejo e o PMI do setor de serviços e composto na zona do euro; PMI do setor de serviços e composto no Brasil; PMI do setor de serviços e composto e os dados de emprego no setor privado nos Estados Unidos.
FONTE: Economia – Varejo | Blog Luis Nassif | Luís Nassif | BR
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