Metade das mulheres brasileiras consegue pagar todas as contas do mês, mas para 50,4% ainda não sobra dinheiro para guardar ou comprar algo que queiram. É o que mostra uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Para as instituições, em meio à crise econômica atual, é alarmante o número de consumidoras que chegam ao fim do mês sem nenhuma sobra financeira ou até mesmo no vermelho.
Entre as mulheres que não conseguem pagar as contas mensais, a principal justificativa é o comprometimento com os gastos considerados básicos, como as contas de luz, água, aluguel e a compra de mantimentos como arroz e feijão.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esse quadro preocupa porque, em tempos de crise, o risco de desemprego é maior.
— O avanço da inflação e o aumento no desemprego desde o ano passado estão corroendo o poder de compra dos consumidores e provocando um desequilíbrio no orçamento pessoal e familiar de muitas famílias. O desafio é ajustar os gastos de modo a não se endividar e, se possível, fazer uma reserva — explica.
O levantamento revela razões apontadas pelas entrevistadas para não conseguirem pagar as contas mensais também está a falta de controle com os gastos, citado por 18,2% das entrevistadas, com percentuais maiores entre as mais jovens (27,5%), e ainda os gastos realizados além do que o orçamento da casa.
De acordo com o estudo, se, no curto prazo, a situação financeira das entrevistadas preocupa, também é alarmante a preparação para o futuro e para a aposentadoria. O estudo indica que 19,6% não se preparam por não saber por onde começar. Outros 12,1% gostariam de organizar a vida financeira, mas dizem não ter sobra de dinheiro para guardar. Outros 19,0% afirmam dependem do INSS para a aposentadoria, enquanto 13,% pretendem recorrer à poupança e/ou investimentos. Apenas 4,7% preparam-se por meio de previdência privada.
Fonte: EXTRA