Espaços compartilhados de trabalho conquistam cada vez mais empresários, empreendedores e funcionários no Brasil
Os coworkings – ou escritórios compartilhados – não são novidade no Brasil, mas foi nos últimos anos que essa modalidade de trabalho começou a realmente crescer por aqui. Geralmente associada a trabalhadores autônomos e start-ups, a prática de compartilhar o ambiente de trabalho com outras organizações e pessoas passou a ser adotada também por empresas pequenas e até por gigantes do mercado. As vantagens são muitas e conseguem agradar diferentes perfis.
Um levantamento realizado pelo International Workplace Group (IWG) em 80 países aponta que mais da metade das pessoas trabalha fora da sede de suas empresas por, no mínimo, três dias na semana. Não surpreende, portanto, que 62% das empresas em todo o mundo estão ocupando espaços flexíveis de trabalho. A prática passou a ser enxergada, inclusive, como uma forma de atrair e reter talentos, pois foi identificada uma preferência das pessoas por oportunidades que oferecem algum sistema de trabalho flexível: 72% dos brasileiros entrevistados consideram que a existência de políticas flexíveis de trabalho é essencial para uma empresa. Engana-se quem pensa que a prática não é viável ou não foi disseminada: 67% dos brasileiros afirmaram que a empresa para a qual trabalham já conta com alguma modalidade de trabalho flexível, dado que se revelou acima da média mundial de 62%.
Vantagens dos coworkings
A diminuição de custos é, sem dúvidas, um dos grandes atrativos dos coworkings para as empresas. “Uma pessoa deixa de gastar valores absurdos com uma estrutura de escritório e passa a pagar um valor justo, sem ter trabalho nenhum para organizar o espaço”, explica Leonardo Ornelas, fundador e CEO do Manifesto Coworking, em Brasília. Além disso, esses escritórios costumam oferecer diversas opções de espaço para trabalhar, o que pode ser inviável para muitas empresas com sede própria. Nos coworkings, é possível encontrar mesas tradicionais, mesas para trabalhar em pé, sofás, cabines para videoconferências, salas de reunião, auditório para eventos, entre outros.
Outro ponto forte dessa modalidade de trabalho é o aumento da produtividade: 85% dos entrevistados pelo IWG se sentem mais produtivos quando trabalham em escritórios flexíveis. Carolina Garcia, freelance brasiliense de 25 anos, concorda: “Sinto que produzo melhor em ambientes descontraídos”. “O coworking é mais animado, com mais vida, mais pessoas diferentes para conhecer, mais empresas para fazer trocas de conhecimento”, afirma a jovem, que aderiu aos espaços de trabalho compartilhados e defende a prática.
Para Ornelas, o mais importante de um coworking é a comunidade. “São desconhecidos que viram clientes, colegas de trabalho, sócios e até amigos”, conta. Carolina concorda e afirma que a possibilidade de networking é um aspecto muito importante. “Por trabalhar como freelance, é sempre importante fazer novos contatos. A rotina de um coworking me oferece mais possibilidades do que trabalhar sozinha em casa ou em cafeterias”, explica.
Coworkings e o futuro