Aproveitando o mês em que comemoramos o dia dos pais, achei interessante fazer uma análise de como anda a comunicação ou a interação entre pais e filhos nesse novo momento. Gostaria de iniciar lançando duas perguntas para uma boa reflexão: Você considera que a sua capacidade de comunicação com os seus filhos está bem desenvolvida? Você tem certeza que entende claramente o que eles estão dizendo?
É importante entender sobre o desenvolvimento desse processo, pois na maioria dos casos em que nos comunicamos com outras pessoas cometemos uma falha grave, que é não saber ouvir o interlocutor e, claro, esse problema inclui os diálogos com os nossos filhos.
O fato de sabermos que não fomos educados a ESCUTAR, nos obriga a ter a consciência da importância de saber ouvir para compreender de forma efetiva o que as pessoas estão nos comunicando. O hábito que temos de dar opinião em tudo sem escutar o argumento alheio, faz com que a comunicação se torne um processo difícil e o que, muitas vezes, nos coloca do lado oposto aos dos nossos filhos.
Então, como aprender a ouvir corretamente seu filho ou sua filha? Saiba que a maioria das pessoas não escuta com a intenção de compreender, mas sim de responder.
Mas como fazer para mudar essa situação e nos tornarmos bons ouvintes? Uma resposta a essa pergunta seria desenvolver uma escuta empática. O que seria isso? É quando você compreende, enxerga o que a pessoa vê, do modo como ela sente e concebe suas ideias. Não é um exercício para concordar com tudo o que ela diz, mas de olhar com curiosidade os processos que levaram o interlocutor a chegar a um determinado conceito ou abstração. Em resumo, é escutar as pessoas com os olhos e com o coração.
Faça isso nas situações rotineiras. Observe e repare como as pessoas te ouvem, e como você as escuta. Leve isso para a relação entre pais e filhos. Se for difícil reparar em você mesmo no início, preste atenção em como os outros fazem isso e depois passe a prestar atenção em você.
Na prática, aproveite a oportunidade quando seus filhos vierem conversar sobre alguma coisa. Tente perceber se você consegue realmente ouvir de maneira empática o que ele ou ela estão contando, ou se você está se preparando para uma resposta àquela questão.
A escuta empática requer que façamos um esforço de entendimento sobre como a criança vê, sente e compreende, e não fazer apontamentos de como ela deveria agir, sentir e pensar.
Aproveite esse momento de confinamento, em que o contato com a família é mais intenso, e procure utilizar a escuta empática o tempo inteiro, pois assim você aumentará suas chances de conexões e afetividade.
*Adelmo Freire é professor, palestrante e consultor em Comunicação Empresarial. Contato: (84) 98856-0525. adelmo.freire@uol.com.br