Dados do Banco central mostram que o valor total das cédulas e moedas em circulação no país cresceu 2,1% em 2015, menor expansão desde a criação do Plano Real, em 1994. Descontada a inflação, o valor do meio circulante encolheu 8,4%.
É a segunda vez nestes 22 anos que isso ocorre. A outra foi em 2003, quando gastos na produção de dinheiro foram limitados para conter a despesa pública.
O problema deve se repetir neste ano, devido ao corte de 7% no orçamento previsto para a produção de numerário em relação a 2015.
Entre 2014 e 2016, essa despesa deve somar R$ 1,35 bilhão. Somente em 2013 foi de 1,23 bilhão.
No ano passado, o número de notas que saíram de circulação, principalmente as cédulas mais antigas da primeira família do real, superou a produção de dinheiro novo, da segunda família. Com isso, a quantidade de cédulas disponíveis encolheu 1%.
Caiu o número de notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 20 em circulação, entre 5% e 9%.
Por outro lado, houve um aumento de 6% no numerário de R$100, o que explica, por exemplo, porque caixas eletrônicos passaram a entregar mais notas desse valor.
Os números do Banco Central mostram que o aumento na produção se deu, principalmente, na série especial dos Jogos Olímpicos. O numero de moedas de R$ 1 cresceu 6%, praticamente o dobro do acréscimo na circulação daquelas de menor valor.
MOEDA NO BOLSO
De acordo com a autoridade monetária, a disponibilidade hoje é de R$ 29 moedas ou 118 peças por habitante, acima do patamar considerado adequado.
A instituição informou que a produção de numerário tem sido impactada desde 2014 pela redução na despesa publica federal, mas que tem administrado os estoques disponíveis com a finalidade de atender de forma mais equânime possível as demandas.
“Em 2016, como nos anos anteriores, o BC administrará os estoques disponíveis de numerários com a finalidade atender à demandado público em âmbito nacional”, afirma a instituição.
Pesquisas sobre o uso do numerário pelo comercio, de acordo com o Banco Central, mostram que, na impossibilidade de obtenção de cédulas ou moedas nos bancos, o procedimento mais utilizado é a troca com estabelecimentos próximos.
Outra estratégia é a obtenção de moedas de bancos ou de consumidores que as mantêm fora de circulação, guardadas em casa, segundo o BC. Neste ano, o metrô de São Paulo chegou a reduzir a tarifa de R$ 3,80 para R$ 3,75 em algumas estações devido a falta de troco.
Fonte: Folha de São Paulo