Cartões de nicho possuem espaço para crescer no mercado, especialmente buscando clientes que ainda não possuem cartão de crédito, avaliam especialistas. Pesquisa do SPC Brasil com 642 consumidores divulgada em julho deste ano indica que só 52% dos consumidores brasileiros usam cartão de crédito.
A vantagem que outras empresas podem levar em relação ao banco na hora de dar um cartão com sua marca está no conhecimento que têm do cliente não bancarizado, diz Eduardo Tambellini, sócio-diretor da GoOn, consultoria especializada em gestão de risco.
Por outro lado, a disseminação de cartões emitidos no modelo de marca própria traz um risco que vai ao outro extremo da inclusão financeira: o excesso de cartões levando a um descontrole nas contas.
“A pessoa que procura cartão no varejo pode não ter renda suficiente para ter um limite de R$ 5.000, mas pode conseguir 10 cartões de R$ 500”, diz Tambellini.
Na competição por qual, entre todos os cartões de crédito que estão na carteira, será o escolhido em cada compra, os temáticos podem levar vantagem, diz Ricardo Rochman, professor de economia da FGV.
Saber que parte do que for gasto irá para um time de futebol ou uma igreja faz com que o cliente escolha um cartão em vez de outro, diz.
A companhia que empresta sua marca, porém, pode ter problemas com a operação, alerta o professor, sofrendo prejuízos caso a parceira que administra o cartão não preste um bom serviço, por exemplo.