Enquanto fundos aumentaram a participação nas carteiras dos investidores de varejo e private para 31,6%, a caderneta diminuiu sua fatia para 30%, aponta pesquisa da Anbima
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SÃO PAULO – A caderneta de poupança perdeu espaço entre as aplicações dos segmentos private e de varejoem 2015. Segundo o Boletim Consolidado de Private e Varejo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), a participação da poupança caiu de 32,8% nessas carteiras em 2014 para 30% no ano passado. Os fundos de investimento, em contrapartida, tiveram participação superior a da poupança (31,6% do total).
Embora tenha havido aumento de 8,83% as aplicações financeiras como um todo em 2015, para R$ 2,043 trilhões, as aplicações em poupança caíram 1,61% no ano passado, para R$ 605,06 bilhões, de R$ 614,97 bilhões em 2014. A Anbima remete esse resultado ao fato de a rentabilidade da poupança ter ficado abaixo da inflação em 2015 medida pelo IPCA de 10,7%. No primeiro trimestre deste ano, a caderneta teve o maior saque líquido(aplicações menos resgates) em 21 anos.
Os fundos atraíram R$ 645,10 bilhões em 2015, representando aumento de 13,33% em relação ao ano anterior. A associação destaca que o maior direcionamento de recursos para os fundos foi puxado pela classe renda fixa, que cresceu 18,91% para R$ 378 bilhões, e passou a ter uma participação no total investido em fundos de 58,6% no ano passado, acima dos 55,9% de 2014.
Ações. A Anbima observou que a renda variável também perdeu apelo junto aos investidores de ambas categorias, em consequência da queda de 13,3% do Ibovespa no ano passado. A participação da renda variável cedeu de 6,1% para 4,8% do total investido. O volume investido em renda variável caiu 13,7% para R$ 98,88 bilhões.
Segundo a Anbima, uma parte desses recursos migrou para investimentos em títulos e valores mobiliários de renda fixa, segmento em que o volume aplicado cresceu 19,95% no ano passado, para R$ 694,10 bilhões. A associação diz que esse fato está muito relacionado a busca por produtos isentos, especialmente as letras de crédito imobiliário e agrícola. Os números mostram que R$ 183 bilhões foram para os ativos com lastro agrícola em 2015, uma alta de 16,3%, enquanto para os lastreados em ativos imobiliários a alta foi de 24,86%, para R$ 201,9 bilhões.
Investidores. Em 2015, haviam 71,7 milhões de clientes dos dois segmentos pesquisados, com uma média de R$ 28,4 mil investidos. Quem mais investiu foi o segmento de varejo que respondeu por 68,1% dos novos recursos. O destaque foi o varejo de alta renda (5 milhões de pessoas) que cresceu 13,46% no passado, com aplicações que alcançaram R$ 569,9 bilhões.
O varejo tradicional, representado por 66.584 milhões de clientes, investiu R$ 821,8 bilhões em 2015, dos quais R$ 521,8 bilhões na poupança ou 64,7% do total. Na categoria private, 110 mil pessoas tinham R$ 651,4 bilhões investidos ao final de 2015.
Fonte: CNDL