Dona das redes Casas Bahia e Pontofrio, companhia estuda como evitar novo desempenho ruim em 2016, após prejuízo de R$ 177 milhões apurado no balanço do quarto trimestre de 2015 Consumo menor resultou em queda de cerca de 15% nas vendas
Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo
São Paulo – Ganho de eficiência e redução de custos logísticos são os alvos da rede de lojas de eletrodomésticos e móveis Via Varejo este ano. Dona da Casas Bahia e Pontofrio, a empresa teve prejuízo de R$ 177 milhões no quarto trimestre, com queda de cerca de 15% nas vendas em lojas abertas há pelo menos um ano.
Por conta do resultado impactado pela crise econômica e desaceleração do consumo, a companhia agora aponta que a preocupação é demonstrar solidez financeira e se concentrar em proteger seu caixa diante de um ano em que o setor espera queda de vendas de até dois dígitos. Desta forma, a companhia visa trabalhar em iniciativas para bancar a manutenção em política de agressividade de preços, afirmou o presidente da empresa Peter Estermann, em teleconferência com analistas realizada nesta quarta-feira.
Balanço
No acumulado do ano, o lucro da empresa atingiu R$ 3 milhões, uma queda de 99,7% ante um lucro de R$ 938 milhões em 2014. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da varejista de móveis e eletroeletrônicos chegou a R$ 125 milhões entre outubro e dezembro, resultado 83,8% inferior ao dos mesmos meses de 2014. No trimestre, a margem Ebitda foi de 2,3% ante 12% em 2014. Em doze meses, o Ebitda atingiu R$ 925 milhões, queda de 59,3%, com margem Ebitda de 4,8% contra 10% do ano anterior.
A Via Varejo já havia divulgado antecipadamente seu desempenho de vendas. A receita dos três últimos meses de 2015 ficou em R$ 5,460 bilhões, montante 14,7% menor que o do mesmo período de 2014.
A respeito do balanço, analistas do Credit Suisse consideraram o resultado fraco, mas destacaram positivamente a geração de caixa no período e reiteraram a visão de que as ações da varejista têm valor, embora devam seguir sob pressão no curto prazo. Eles estimam que a empresa deve mostrar algum crescimento de receita no segundo trimestre de 2016.
A companhia terminou o ano de 2015 com o caixa líquido de R$ 2,3 bilhões, o que representa crescimento de R$ 1,6 bilhão. Mas o diretor financeiro da rede varejista, Felipe Negrão, afirmou que a empresa não tem no radar no momento operações de fusão e aquisição. “Considerando a atual perspectiva econômica nos próximos meses e anos, continuamos com foco em manter caixa e manter solidez financeira. É importante para o gestor e para fornecedores e para todo mundo mostrarmos isso”, disse Negrão aos analistas.
Lojas
Apesar da tendência de o consumo seguir em ritmo desacelerado, segundo Estermann a Via Varejo não tem meta de fechamento de lojas este ano. A ideia é trabalhar para melhorar performance daquelas que estejam apresentam desempenho abaixo do esperado.
“Vamos continuar sendo competitivos em preço, competitividade é importante (…) mas vamos preservar margens, trabalhando internamente para ajusta custos a essa realidade e abrir novas linhas de receitas”, afirmou Estermann, citando que a empresa pretende na verdade ofertar mais produtos financeiros como forma de ampliar receitas.
Fonte: CNDL
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